O que se sabe sobre batida entre ônibus e carreta com concreto que deixou feridos na Via Anhanguera
27/01/2025
Veículo que levava passageiros de São Paulo para Minas Gerais atingiu traseira de caminhão com 27 toneladas de blocos na madrugada desta segunda-feira (27) em Guará (SP). Acidente entre ônibus e caminhão deixa feridos na Rodovia Anhanguera em SP
Um acidente envolvendo um ônibus com 29 passageiros que atingiu a traseira de uma carreta com quase 30 toneladas de concreto na Rodovia Anhanguera (SP-330) terminou com ao menos 15 pessoas feridas e causou transtornos a motorista da região de Ribeirão Preto (SP) nesta segunda-feira (27).
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A força do impacto ficou evidente nos destroços da parte dianteira do ônibus, que ainda permanecia no local para retirada até o início da tarde, no limite dos municípios de Guará (SP) e Ituverava (SP). As causas ainda devem ser apuradas pela Polícia Civil.
A seguir, veja o que se sabe sobre o acidente
Ônibus atinge traseira de caminhão na Rodovia Anhanguera em Guará (SP).
Serginho Oliveira/EPTV
Onde e como ocorreu a batida?
O acidente aconteceu nesta segunda-feira por volta das 4h50 na Rodovia Anhanguera (SP-330), perto de uma praça de pedágio no quilômetro 403.
O ônibus da Real Expresso, que havia saído de São Paulo com destino ao Triângulo Mineiro, atingiu a traseira de um caminhão, que havia saído de Cravinhos (SP) e seguia para o mesmo destino carregando 2,5 mil blocos de concreto.
Com o impacto, parte da carreta e dos blocos foi parar dentro do ônibus, que é leito e tem dois andares. Tanto passageiros que estavam na parte de baixo quanto os que estavam no pavimento de cima foram atingidos. Pelo horário e características do veículo, grande parte das pessoas dormia no momento da batida.
Motorista do caminhão, que não se feriu, Luis Antonio Spadoni disse que foi o primeiro a prestar auxílio e a avisar a polícia sobre o acidente. Ele também confirmou que ajudou a tirar o condutor do ônibus.
Ônibus com 29 passageiros atingiu traseira de caminhão na Anhanguera no interior de São Paulo; ao menos 15 ficaram feridos.
Serginho Oliveira/EPTV
Qual é o estado de saúde das vítimas?
De acordo com a Real Expresso, além do motorista, outras 29 pessoas estavam no ônibus. Ao menos 15 delas ficaram feridas, em sua maioria nos pés, pernas e joelhos devido ao impacto com as estruturas internas do veículo.
Seis vítimas foram encaminhadas para um hospital em Guará e nove para a Santa Casa de Ituverava, mas o estado de saúde delas não foi divulgado.
"Muita gente ferida ao mesmo tempo, muita ambulância, até agora não caiu a ficha direito", afirma a aposentada Cledes Lima, mãe de uma das vítimas, de Uberaba (MG).
Ela conta que a filha dela estava dormindo, e sem os tênis, no momento em que foi surpreendida pela batida. "É uma situação desesperadora, que ela me ligou e falou 'mãe, não assusta, o ônibus bateu, nós estamos, eu estou bem, mas tem gente ferida aqui'", diz.
A filha dela estava no andar de baixo do ônibus, bem próximo à escada que dá acesso ao piso superior e dos banheiros, estruturas que foram levadas pela colisão e por pouco não atingiram a passageira. Ela teve ferimentos leves no olho e no abdômen.
"Foi toda pra cima dela e não esmagou. Pelo estado que ela se encontra, só pode ter sido um milagre."
O personal trainer Leonardo Alves Dutra conta que o pai e a irmã haviam deixado São Paulo com destino a Uberlândia (MG) e dormiam no momento da batida. Segundo ele, o pai, por instinto, conseguiu abraçar a filha para protegê-la e acabou quebrando o joelho ao bater na poltrona da frente.
"Ele vai ter que fazer uma cirurgia, e a gente vai transferir pra Uberlândia pra fazer lá", diz.
Luis Antonio Spadoni, motorista de caminhão atingido por ônibus em Guará, na Rodovia Anhanguera.
Serginho Oliveira/EPTV
Quais as causas do acidente?
As causas do acidente ainda devem ser apuradas pela Polícia Civil. Em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo no interior de São Paulo, o motorista do caminhão, Luis Antonio Spadoni, disse não ter tido culpa pelo ocorrido e garantiu que, em uma primeira conversa, ouviu o motorista do ônibus confirmar que havia dormido ao volante e que, ao despertar, estava próximo demais para evitar a colisão.
"[O motorista do ônibus] falou: ‘eu dormi, na hora que eu acordei eu estava a uns dois metros da traseira do seu caminhão, aí eu puxei rápido pra não pegar o meu lado, se eu não puxo eu tinha morrido’", afirmou.
Spadoni também disse que, no momento em que foi atingido, estava em baixa velocidade, justamente por estar com 27 toneladas de concreto em uma subida. "Eu vinha vindo, subindo, isso eram dez pra cinco da manhã. De repente escutei aquele estouro, o caminhão deu aquele soco, quase que me derrubou do banco", relata.
O que diz a empresa do ônibus?
A Real Expresso informou, por meio de nota, que além dos passageiros encaminhados a hospitais de Guará e Ituverava, os demais passageiros receberam cuidados médicos e foram liberados seguindo seu trajeto com a assistência da empresa.
A companhia reiterou que está prestando assistência aos passageiros afetados e famílias e que está colaborando com as autoridades para apuração das causas do acidente.
"Nosso compromisso com a segurança de nossos passageiros permanece inabalável, e continuaremos acompanhando de perto a recuperação dos envolvidos", informou.
A empresa ainda comunicou que todos os motoristas são submetidos ao teste do bafômetro antes das viagens, que os ônibus são monitorados por câmeras dentro da cabine do condutor e que as imagens são cedidas às autoridades policiais.
Quais as condições do trecho?
A rodovia chegou a ter uma das faixas interditadas durante o trabalho das equipes, mas no final da tarde desta segunda-feira, apenas o acostamento estava bloqueado para o transporte dos blocos de concreto.
Por volta das 17h, o tráfego na via estava normal e somente havia parte da carga deixada como entulho no canteiro lateral, para posterior retirada.
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